segunda-feira, 5 de março de 2007

o dadaísmo

• Contexto intelectual

O Movimento Dada teve a sua origem em Zurique, Suíça, a partir de 1916, com a reunião de intelectuais de diversas áreas culturais, refugiados dos horrores da guerra e desencantados com a destruição da civilização ocidental.

• Mensagem

De forma irreverente, crítica e provocatória, os dadaístas, assumidamente niilistas, negavam a realidade substancial, a verdade, as normas morais e cívicas e toda a autoridade política. O próprio nome que adoptaram não tem qualquer significado. Foi escolhido ao acaso como é expresso no seu manifesto publicado em 1918: "Dada não significa nada... é uma insígnia de abstracção".
O objectivo fundamental dos dadaístas era negar todos os conceitos de arte e de técnicas artísticas, vulgarizar a criação artística, fazer dessacralização dos objectos e das técnicas artísticos.
Para estes intelectuais, a arte era a anti-arte. Por isso, optaram pela subversão dos valores através de práticas propositadamente provocatórias que passavam pela obscenidade, pelo insulto e pela agressão.
O grande objectivo do Movimento Dada era chocar pelo absurdo, pela ironia e pelo sarcasmo e, como consequência, suscitar reacções negativas em quem ouvia os seus discursos, lia os seus textos ou analisava as suas obras plásticas.

• Estrutura formal

O Dadaísmo afirmou-se através de manifestações tão espontâneas, libertinas e anárquicas como espectaculares, fortemente marcadas pela desordem e pelo barulho. Os seus manifestos não obedeciam a qualquer regra formal ou gramatical, denunciando influências futuristas. Na leitura, apresentavam textos sem qualquer nexo, normalmente constituídos por excertos tirados de várias obras, em diversas línguas. Na escrita, misturavam vários tipos de letra e várias cores, com o objectivo de atrair a atenção, usavam uma linguagem agressiva, irónica, propositadamente ambígua e enigmática, para o que recorriam à subversão do sentido das palavras e das ideias.
Na pintura, reproduziram obras clássicas intencionalmente subvertidas e inventaram os ready-made, prática que consistia na elevação de um objecto comum à categoria de obra de arte, desmistificando por completo a produção artística. Um exemplo famoso foi a transformação de um urinol em chafariz por Duchamp, numa clara manifestação de anti-arte.

• Principais praticantes

Marcel Duchamp, Picabia, Breton, Apolinnaire e Hans Arp foram os pintores dadaístas mais marcantes, mas o movimento teve outros praticantes em França, como Max Ernst, que evoluiu para um Surrealismo mais típico, na Alemanha com Gross, e em Nova lorque com Man Ray.

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